O Bahia tinha tudo para fazer do último sábado à tarde um dia feliz para sua torcida apaixonada, que mais uma vez lotou a Fonte Nova com mais de 48 mil pessoas. Era um adversário chato, bem verdade, mas que não poderia ser subestimado dentro das quatro linhas. Afinal, o Cuiabá queria se desgarrar da zona do rebaixamento e respirar na competição.
Tudo bem que o desgaste de tantos jogos faz algumas peças correrem o risco de se machucar, pois sair da grama sintética para a natural requer um preparo especial. A bola corre de maneira diferente do habitual, e, se tratando do piso da Fonte Nova, meus amigos, estão acabando com a principal praça esportiva da Bahia.
Além disso, Rogério Ceni testou peças novas. A estreia de Iago Borduchi, a colocação de Cicinho na lateral e Ademir no ataque no lugar do suspenso Everaldo fizeram o time perder forças em seus principais atributos: os corredores laterais e o último terço do campo. O Bahia produziu muito pouco e viu Isidro Pitta ser o protagonista do jogo.
Até que, no intervalo, o técnico do Bahia mexeu no time e voltou ao comportamento normal que estamos acostumados a ver nos jogos em casa. Foi para cima dos cuiabanos, empatou com Jean Lucas, mas, quando não é o dia, o atacante Pitta, logo em seguida, fez a Nação Tricolor trocar o sorriso momentâneo pela decepção definitiva até o apito final.
Quais as lições de uma derrota? Já dizia Romário: você não aprende nada. Eu diria o contrário do que diz o baixinho herói da Copa de 94. Os reveses podem nos fazer refletir sobre muitas coisas. A primeira é que no futebol é preciso ter senso de urgência e não subestimar o adversário. Que tal ter começado com Gilberto na lateral-direita e mexer pouco em um sistema que é o coração do time? E iniciar com Biel, animado pelo gol feito em Curitiba, já que Ademir tem o selo de ser o jogador de segundo tempo?
Para ser campeão, tem que ser perspicaz, sem tempo para vacilar. Se for com sede ao pote, ele pode derramar, e cada gota desperdiçada nessa caminhada rumo ao título pode ser fatal.