FIFA condena Corinthians a pagar mais de R$ 55 milhões por contratações de Garro e Félix Torres

A FIFA condenou o Corinthians a pagar mais de 9,4 milhões de dólares (cerca de R$ 55 milhões na cotação atual) em processos referentes às contratações do meia argentino Rodrigo Garro e do zagueiro equatoriano Félix Torres. As ações foram movidas por Talleres, da Argentina, e Santos Laguna, do México, clubes que negociaram os jogadores com o time paulista.  

As decisões foram publicadas pela entidade máxima do futebol em seu site oficial nesta segunda-feira (5), mas haviam sido tomadas em setembro e outubro de 2024. O Corinthians, no entanto, já ingressou com recursos na Corte Arbitral do Esporte (CAS), última instância para esse tipo de disputa. Enquanto o julgamento estiver em andamento, o clube não sofrerá punições esportivas imediatas, como o "transfer ban" – a proibição de registrar novos jogadores por até três janelas de transferências.  

O impasse entre Corinthians e Talleres começou em janeiro de 2024, quando o clube paulista acertou a compra do meia argentino por 4 milhões de dólares (aproximadamente R$ 20,1 milhões à época), pagos à vista. Porém, o Talleres alegou que o Timão deveria arcar com 612 mil dólares referentes a despesas operacionais e impostos da transação, o que foi contestado pelos brasileiros e atrasou a regularização do jogador.  

Além disso, o contrato previa que, em caso de inadimplência, todas as parcelas restantes seriam antecipadas. Em junho, o Talleres acionou a FIFA pedindo o pagamento de 3 milhões de dólares referentes às prestações futuras. Em setembro, a entidade decidiu a favor dos argentinos e condenou o Corinthians a pagar 3,6 milhões de dólares, acrescidos de juros de 18% ao ano a partir de janeiro de 2024, além de uma indenização de 722,4 mil dólares.  

A disputa com o Santos Laguna envolve a compra do zagueiro equatoriano Félix Torres, adquirida por 6,5 milhões de dólares. Segundo o clube mexicano, o Corinthians quitou apenas a primeira parcela, de 2 milhões de dólares, mas não pagou a segunda, que venceu em maio de 2024.  

Diante da inadimplência, o Santos Laguna acionou a FIFA para cobrar as cinco prestações restantes, que venceriam entre 2024 e 2026. Em outubro, a entidade determinou que o Corinthians pagasse os 4,5 milhões de dólares pendentes, com juros de 18% ao ano, além de uma multa de 675 mil dólares.  

Em ambos os casos, a FIFA deu ao Corinthians um prazo de 45 dias para quitar os valores, sob pena de sofrer um "transfer ban" de três janelas de transferências. No entanto, o clube recorreu ao CAS, o que suspende temporariamente a aplicação da punição. O julgamento pode levar mais de um ano para ser concluído.  

As decisões aumentam a pressão financeira sobre o Corinthians, que já enfrenta dificuldades econômicas e busca soluções para equilibrar suas contas enquanto aguarda o desfecho dos processos na justiça esportiva.