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Eleições no Bahia: confira entrevista com o candidato Marcus Verhine

Eleições no Bahia: confira entrevista com o candidato Marcus Verhine

Por Redação

Dando sequência à série de entrevistas com os candidatos à presidência do Bahia, o Galáticos Online conversou, de forma exclusiva, com Marcus Verhine nesta quinta-feira (23). O ex-presidente do Conselho Fiscal do Bahia, concorre, ao lado de mais quatro candidatos, a eleição para comandar a associação Tricolor no próximo triênio (2024-2026). 

Marcus Verhine é formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal da Bahia. Ele faz parte do grupo +Bahia e terá como candidato a vice Rogério Silveira, da Independente Tricolor. Ele também é Superintendente de Desenvolvimento Industrial na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e faz parte do Conselho Deliberativo tricolor desde 2018.

Vale lembrar que essa será a primeira eleição no Bahia desde que o clube vendeu 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para o City Football Groupo por R$ 1 bilhão. Com o acordo, a associação do Esquadrão de Aço fica responsável por fiscalizar e garantir que o acordo seja cumprido e pelo desenvolvimento de outros projetos e investimentos em outros esportes.

Além da diretoria executiva, os sócios também irão votar para escolher os 100 conselheiros para o triênio. O pleito está marcado para acontecer no próximo dia 2 de dezembro.

Confira, na íntegra, a entrevista com o candidato Marcus Verhine:

Explica para o torcedor qual a função da associação do Bahia na SAF?

O Bahia tem dois representantes na SAF. Um é o representante do Conselho Fiscal da SAF, que é composto por três membros, sendo que um é indicado pelo Esporte Clube Bahia e quem indica é o Conselho Deliberativo. O outro membro é o presidente do clube, que participa do conselho de administração da SAF e participa de um conselho que é composto por quatro pessoas (três são indicados pelo City –esses três são representados por uma pessoa só que é o Alexandre Nogueira) e a outra é exatamente o presidente do clube. Esse conselho se reúne a cada três meses, mas pode ser convocado de forma extraordinária por qualquer um dos membros, incluindo o presidente. O Conselho de administração trata de várias questões, com o por exemplo: questões relacionadas a aprovação do plano de trabalho da diretoria executiva, fiscalização de contratos, ele pode opinar sobre as contas, questões relacionadas a procedimentos e governança e também o próprio futebol. Ele recebe relatórios mensais da diretoria de futebol e pode, sim, opinar sobre as questões relacionadas ao futebol e, inclusive, tem uma função importante na própria indicação e eventual destituição de membros da diretoria executiva. Uma forma importante do clube participar desse processo todo da SAF e o próprio City espera é que ele conhece nosso clube, nossa alma e deve, sim, encaminhar recomendações e sugestões na própria condução da SAF. Então, além da importância na fiscalização dos contratos, estamos aqui para agregar. É uma parceria, onde todos querem o melhor para SAF.

 

Você acha que seu conhecimento sobre a SAF, já que é o ex-presidente do Conselho Fiscal do Bahia, te dá alguma vantagem em relação aos outros candidatos?

Meu mandato no Conselho Fiscal se encerrou no início de outubro, após seis anos de muito trabalho e dedicação. Mas, sim, por eu ter acompanhado todo processo de negociação, e a construção da SAF: como questões relacionadas aos próprios lançamentos contábeis, transferências, pagamentos das dívidas, os prazos; e ter acompanhado também questões específicas da negociação do contrato em pontos mais sensíveis. Acredito que tenho vantagem na fiscalização creio que posso agregar valores a SAF. O meu vice, Rogério Silveira, também foi membro do Conselho Fiscal, e foi o relator da SAF no conselho. Então conhece profundamente o contrato com o City. Meu coordenador de campanha, Paulo Rogério, foi coordenador da SAF no Conselho Deliberativo. Então, isso mostra que temos uma equipe que conhece bastante o contrato e as questões mais sensíveis que devem ser fiscalizadas e cobradas. Alguns candidatos, inclusive, estão levantando questões sobre a SAF que não são verdadeira. Entendo que existe um desconhecido, mas o próprio parecer da SAF está disponível para que os candidatos possam reavaliar. 

E em relação aos sócios? Qual seria a estratégia para aumentar o número e melhorar a relação com o torcedor?

Os sócios estão perdidos! Eles não sabem direito qual é a função do clube nesse processo, não sabem qual a função deles e, alguns, nem sabem se ainda são sócios do clube. Outros foram para o acesso garantido e não confinaram como sócio por desconhecer que é necessário pagar R$ 20,00 de mensalidade para continuar na associação. Então, existe uma confusão sobre o papel do sócio nesse processo e, enfim, entendo como uma falha grande de comunica por parte da atual diretoria executiva do clube. Por isso, meu primeiro foco seria melhorar a comunicação. Ou seja, ter um plano de comunicação específico para o sócio (a), sinalizando para ele quais são os principais pontos da associação e do clube. Na sequência, precisaremos redesenhar nosso plano de sócios como mais benefícios, o que necessariamente não precisam ser financeiros, mas algumas experiências. Aí vale conversar com a SAF para que possamos ter experiência do sócio do clube junto a jogadores… visitar o CT, ou de repente, visitar a Fonte Nova em dia de jogo. É importante essa parceria. Não só descontos, mas também com propostas diferentes tipos para os sócios. Outro ponto importante, é engajar o sócio nesse novo modelo de atuação do clube. Então, ele será envolvido, sim, no planejamento estratégico, que está previsto no estatuto e deverá ser entregue até final de janeiro e devemos consultar os sócios sobre quais pontos precisamos melhorar no clube. Outra questão que pretendo trabalhar é em relação ao envolvimento das embaixadas. Nosso estatuto já estabelece o papel das embaixadas e elas serão engajadas, tanto como um importante meio de interlocução com os sócios no interior e exterior, quanto também na identificação de parceiros para o plano de sócios. 

Com o futebol sob domínio do Grupo City, qual sua missão, caso eleito, à frente da associação?

A relação com o City será de agregar valor à SAF. Faremos toda fiscalização, levaremos contribuições e vamos fazer sugestões para que nosso time seja ainda mais vencedor. Além disso, vamos trabalhar em outras frentes. Nossa meta é alcançar 20 mil sócios no final da nossa gestão. Além disso, vamos buscar sempre engajar o sócio e buscar a participação deles nas tomadas de decisões. 

Mesmo com 10% de participação na SAF, é possível fiscalizar e opinar sobre o futebol? E o torcedor, terá algum canal direto para participar e levar sugestões?

 

Como expliquei antes, o clube terá dois representantes (um no Conselho Fiscal e outro no Conselho de Administração). Está no nosso plano criar essa escuta dos sócios para que possamos levar sugestões para SAF. O próprio City espera isso do clube, que possamos levar essas sugestões para que sejam discutidas com a SAF. 

E em relação aos esportes olímpicos e paraolímpicos, como será a escolha de quais modalidades serão "abraçadas"?

Primeiro ponto: vamos fazer uma análise das modalidades esportivas que tenham uma relação com o clube. Então, já descartamos esportes de inverno que não tenham relação com nossa cultura. Na sequência, escutaremos os sócios para entendemos o que é prioridade para eles. Faremos esse ranking das prioridades do ponto de vista deles, e, somente a partir daí, faremos um estudo de viabilidade financeira e de oportunidade dos esportes que foram pontuados pelos sócios. O gerente de projetos é um cargo que está em aberto ainda, mas que está no nosso orçamento, e terá um papel fundamental, pois é ele que fará a elaboração do projeto. A partir do momento que o projeto ganhar corpo, ele será apresentado a empresas da iniciativa privada já parceiras da própria SAF. Nosso gerente também terá essa função de orientar os nossos futuros parceiros sobre a importância de abraçar esses projetos. 

Uma modalidade que chega forte é o eSports que, inclusive, conta com o apoio do próprio grupo City. Caso eleito, o clube pode também se debruçar no mundo dos games?

Ele sem dúvidas nenhuma está no nosso plano de gestão e também já é uma previsão no estatuto. O City é forte no eSports e pretendemos caminhar também nesse sentido. Teremos um núcleo específico para tratar esse assunto e teremos algumas pessoas que irão se debruçar sobre esses esportes têm uma ligação maior com nossa cultura e também irão mapear talentos que possam nos representar.

Suas considerações finais.

Quero aproveitar esse espaço para pontuar minhas qualificações. Assim como todo tricolor, sou apaixonado pelo Bahia desde pequeno. Participei do movimento de democratização do clube. Desde 2004, integrei Associação Bahia Livre (Bahia Livre), participei de diversos seminários. Fizemos a conferência Gigante Tricolor, em 2008. Participei do processo de democratização, mudança de estatuto e de 2013 para cá participei da vida política do clube. Primeiro, como conselheiro deliberativo por dois mandatos quando eu coordenei a Comissão de Administração e Finanças. Depois, por seis anos no Conselho Fiscal, no qual fui presidente, acompanhando todo o processo da SAF e os diferentes desafios enfrentados pelo clube.

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