Dando sequência à série de entrevistas com os grupos políticos que pretendem participar das eleições do Bahia, em dezembro, a equipe do Galáticos Online entrevistou o líder do grupo “Simplesmente Bahia”, Oldgard Junior. Vale ressaltar que as mesmas oito perguntas foram feitas para todos os entrevistados, de modo que nenhum se sinta privilegiado ou prejudicado.
Essa é a quarta entrevista já realizada. Antes, já conversamos com Abílio Freire (Mais um, Baêa); Antônio Tillemont (Integridade Tricolor) e Leandro Neves (Nova Ordem Tricolor).
Na última eleição, o “Simplesmente Bahia” apoiou a candidatura do atual presidente Marcelo Sant’Ana. E Oldgard Junior aponta que esse deve ser o mesmo caminho no próximo pleito.
1 – O seu grupo já definiu quem será o candidato à presidência do clube? Se sim, por que essa escolha? Se não, até quando pretendem definir? Existem nomes?
RESP: A definição de apoio a um candidato, passa pela decisão do atual presidente em concorrer ou não à reeleição. Até então, seguiremos conversando com alguns grupos, para formação de possíveis coligações. Embora tenham surgido alguns nomes na mídia, não passam de especulações. Nunca houve reunião específica para este fim.
2 – Quais grupos ou “personalidades” apoiam essa candidatura? Como eles serão importantes numa possível gestão?
RESP: Quando tivermos uma decisão de candidato, posso responder essa questão.
3 – Quais são as principais propostas do seu grupo para um possível mandato para os próximos três anos?
RESP: Como principais propostas:
Administrativo - Continuidade da gestão consciente e responsável, com redução do endividamento do clube;
Receitas - Aumento do quadro social, busca de novas alternativas de receitas e contratos de patrocínio cada vez mais rentáveis;
Futebol – Montagem de um time que possa ampliar as perspectivas de títulos, buscando um título nacional e internacional, focando na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana, que são competições compatíveis com a realidade do clube;
Patrimônio – Viabilizar a utilização da Cidade Tricolor e do Fazendão, oferecendo uma melhoria nas condições e trabalho dos jogadores profissionais e das divisões de base;
4 – Qual o posicionamento do seu grupo sobre Fazendão e Cidade Tricolor?
RESP: O Fazendão e a Cidade Tricolor podem conviver juntos, cada um desempenhando o seu papel. O Fazendão, com algumas melhoras, deve continuar servindo como centro de treinamento para os profissionais, integrado com o Sub 20, e o CT seria utilizado como centro de excelência para formação de atletas. A ideia seria desenvolver fontes de renda alternativas ou parcerias para torna-lo autossustentável.
5 – Como o seu grupo vê a parceria do Bahia com a Arena Fonte Nova?
RESP: É uma parceria que não tem se mostrado boa para nenhum dos lados. Ambas as partes tem queixas e não estão satisfeitas. Temos que buscar uma alternativa, que satisfaça as ambições do Bahia e do grupo que explora a concessão. Esse contrato que vence em abril do próximo ano, precisa ser repensado, para atender a ambição das partes e oferecer um bom serviço ao torcedor, que é o usuário principal do equipamento.
6 – Como vocês avaliam a atual gestão do clube? Por favor, cite pelo menos um ponto que você julga positivo e um negativo da atual gestão do Bahia.
RESP: Como pontos positivos, podemos citar: a gestão financeira equilibrada do clube, que resgatou a credibilidade da instituição no mercado, o saneamento e a redução do endividamento, a recuperação do patrimônio, Fazendão e CT Tricolor, a captação de patrocinadores. No futebol, a conquista da Copa do Nordeste, título regional que não conquistava há 15 anos, a subida para a Série A.
Como pontos negativos, podemos citar: a gestão não tão efetiva para captação de novos atletas, nas divisões de base. Um outro ponto que deixou a desejar, foi a comunicação mais direta com a torcida e não ter atingido as metas estabelecidas para o número de sócios.
7 – E sobre os atuais grupos de oposição, como os avaliam? Da mesma forma, por favor, se possível, cite um aspecto positivo e um negativo dos grupos que atualmente fazem oposição aos gestores.
RESP: Toda oposição é importante na vida de um clube, contribui para o seu crescimento, na medida que, de certa forma, obriga os gestores a buscar sempre as melhores alternativas. Os grupos tidos como oposição, que compõe o Conselho Deliberativo, exercem uma oposição consciente. O aspecto positivo é que, mesmo sendo maioria no Conselho, ao final dos debates, a oposição na maioria das vezes, se posicionou ao lado dos interesses do clube. Não lembro de nenhuma matéria, de interesse do clube, que tenha sido reprovada quando submetida ao Conselho Deliberativo, num cenário em que a oposição é maioria. O aspecto negativo, é o radicalismo de alguns membros individuais, que felizmente formam uma imensa minoria, e que sempre se posicionaram contra qualquer matéria proposta pela DE, colocando os interesses individuais acima dos interesses do clube.
8 – Qual o posicionamento do seu grupo sobre o voto à distância?
RESP: Nosso posicionamento é favorável ao voto à distância, matéria aprovada na Assembleia de Sócios. Porém, a partir de 2018, ocasião em que passaria a vigorar o novo Estatuto, conforme deliberado pelo Conselho. Temos a expectativa de que o quadro social, mais cedo ou mais tarde, vai crescer e atingir o patamar de outros grandes clubes brasileiros, como o Internacional e Palmeiras, ultrapassando os 100 mil sócios, e nesse caso, não se conseguiria viabilizar financeiramente uma eleição totalmente presencial. É também importante trazer para participar da vida política do clube os sócios que moram distante. Claro que, o sistema de voto à distância, teria que comprovadamente garantir à lisura do pleito, preservando a vontade do eleitor. Acreditamos que nas próximas eleições, não haveria tempo hábil, para implantação de um sistema confiável, oneraria o clube, criando uma despesa fora do planejamento anual, num momento de dificuldade financeira.
Foto: Arquivo Pessoal