Dando sequência à série de entrevistas com os líderes de grupos que pretendem concorrer nas eleições do Esporte Clube Bahia, o Galáticos Online entrevistou o líder do “Nova Ordem Tricolor”, Leandro Neves. Vale ressaltar que essa já é a terceira entrevista da série. Antes, já conversamos com Abílio Freire do “Mais um, Baêa” (Veja aqui) e Antônio Tillemont do “Integridade Tricolor” (Veja Aqui).
Confira abaixo a entrevista com o presidente da Nova Ordem Tricolor, Leandro Neves:
1 – O seu grupo já definiu quem será o candidato à presidência do clube? Se sim, por que essa escolha? Se não, até quando pretendem definir? Existem nomes?
RESP: A Nova Ordem Tricolor ainda não tem posição firmada quanto a candidatura à Diretoria Executiva, apesar de termos um Plano de Gestão pronto, desde 2014, e devidamente atualizado. Existem no nosso grupo alguns nomes interessantes, como o do conselheiro Ricardo Maracajá que tem desejo público e notório de ser presidente e vem se preparando para essa missão, mas ainda não definimos. É certo, entretanto, que teremos uma Chapa para concorrermos a vagas no Conselho Deliberativo e continuarmos contribuindo com o clube no papel de conselheiros.
2 – Quais grupos ou “personalidades” apoiam essa candidatura? Como eles serão importantes numa possível gestão?
RESP: A maior “personalidade” que pode nos apoiar em uma eventual candidatura é a ˜Torcida do Bahia˜. Sim, torcida com “T” maiúsculo. É ela quem deve ser foco de uma candidatura ou eventual gestão e não personalidades individualmente consideradas. O tempo do personalismo no Bahia já passou, estamos em um novo momento, em uma nova era, e nela, a torcida do Bahia deve ser o foco. A forma de conquistar esse fundamental apoio é com trabalho. Continuarmos executando o bom e dedicado trabalho que fazemos no Conselho Deliberativo e expondo nosso Plano de Gestão e ideias a Torcida Tricolor, mostrando que podemos e vamos fazer diferente, fazer melhor.
3 – Quais são as principais propostas do seu grupo para um possível mandato para os próximos três anos?
RESP: A Nova Ordem Tricolor tem Plano de Gestão divulgado em nosso site (www.novaordemtricolor.com.br) que detalha toda a base das ações que pretendemos tomar no clube em um eventual mandato. Esse Plano de Gestão recebe, eventualmente, atualizações porque o mundo do futebol é dinâmico e os anseios e demandas devem ser ajustadas, as premissas, entretanto, a base do projeto sempre se mantém. A Nova Ordem não pensa o Bahia para 03 (três) anos. Nosso planejamento para o clube é pensado a médio e longo prazo e, sobretudo, independente do grupo político que esteja na Diretoria Executiva. O que queremos é um Bahia grande, forte, vencedor e temos total consciência que isso não se fará em 03 (três) anos, com apenas uma gestão. É necessário que haja no Bahia uma continuidade de medidas, uma continuidade de ações visando o crescimento do clube. Não se pode mudar tudo de 03 (três) em 03 (três) anos porque mudou-se o presidente. O presidente deve ser o líder de um planejamento estratégico, o responsável por tocar um plano previamente elaborado em conjunto com os sócios, conselheiros e torcida, fazendo-lhe ajustes e adequações quando necessárias. Se o presidente não for competente na sua missão, deve ser substituído pelos sócios na urna, mas o planejamento estratégico deve ser seguido independente de quem venha ocupar a cadeira de presidente, seja qual for o grupo politico. Esse planejamento estratégico básico é o caminho mais seguro para o sucesso do clube a médio e longo prazo. Apenas com isso, poderemos executar os projetos que tanto sonham a torcida tricolor: ter uma equipe de formação nas divisões de base que dê resultados a médio prazo, quitação integral das dívidas do clube, construção de estádio próprio, títulos nacionais. Nada disso virá por acaso, mas com trabalho contínuo e voltado para o mesmo norte. É necessário que todos os grupos políticos tenham essa consciência, desprendam-se de vaidades e sentem a mesa para conversar e traçar “diretrizes comuns” em prol do Bahia.
4 – Qual o posicionamento do seu grupo sobre Fazendão e Cidade Tricolor?
RESP: A Cidade Tricolor é um equipamento sensacional, sem dúvida, um dos melhores do país e o Bahia deve buscar meios, com a máxima brevidade, para fazer a transição para lá. Não pode um equipamento daquela qualidade ficar “desocupado”. A Cidade Tricolor dá um enorme salto de qualitativo às nossas instalações e não resta duvida que isso estimula os melhores profissionais a virem para cá, bem como melhora a preparação dos atletas. O Fazendão está em uma área valorizada da cidade, aumentando seu potencial econômico cada vez mais. A chegada do metrô até o aeroporto e as soluções de mobilidade urbana que Salvador ganhou nos últimos anos melhorou bastante a condição do Fazendão como ativo imobiliário do clube. O terreno pode ser envolvido em uma negociação (venda, permuta) para viabilizar projetos do clube como um estádio por exemplo. Porque não? É algo que deve ser estudado e debatido. Faz parte de um dos temas que pensamos carecer de um intenso debate entre os grupos políticos, sócio e torcida. É um dos temas que deve ter uma “diretriz comum” como dissemos a pouco.
5 – Como o seu grupo vê a parceria do Bahia com a Arena Fonte Nova?
RESP: É evidente que existem rusgas entre a Arena Fonte Nova e a atual diretoria do Bahia. Esse fato se tornou público através de diversas declarações do presidente Marcelo à imprensa em uma série de oportunidades. A Nova Ordem lamenta profundamente a forma com a qual essa relação se desenvolveu nos últimos anos, principalmente, porque isso afeta diretamente a torcida do Bahia. Ouvimos queixas de muitos torcedores e sócios que nos procuram para relatar descontentamento com a relação, o trato. "Não se sentir em casa” era/é um dos sentimentos mais propagados por parte da torcida. Isso precisa de resolução urgente! Uma série de ações e empreendimentos foram prometidos conjuntamente entre Diretoria e Arena e quase nenhum ou nenhum saiu efetivamente do discurso. A Fonte Nova é a casa histórica do Bahia! Está na memória e no DNA do nosso clube e foi lá que o Bahia fez seus grandes jogos, conquistou enormes triunfos e títulos que construíram a sua identidade, sua mística. A sinergia entre Fonte, clube e torcida sempre foi um dos maiores componentes de sucesso ao longo de nossa história e isso precisa ser resgatado. Bahia e Arena Fonte Nova precisam se entender definitivamente e levar ao torcedor a sensação de ter de volta o seu campo de batalha, onde o Bahia era praticamente invencível.
6 – Como vocês avaliam a atual gestão do clube? Por favor, cite pelo menos um ponto que você julga positivo e um negativo da atual gestão do Bahia.
RESP: A gestão atual do Bahia tem erros e acertos. O principal acerto da Diretoria Executiva foi criar processos de gestão no clube, dando continuidade ao que já havia sendo feito na intervenção e na gestão do presidente Fernando Schimidt. O Bahia saiu de um verdadeiro caos organizacional para uma situação aceitável. O clube tem diretorias, gerencia e coordenações profissionais, empregados satisfeitos com o ambiente de trabalho, processos administrativos claros, como por exemplo a divulgação do balanço e fluxo financeiro no site, dando publicidade a situação patrimonial do clube e extinguindo a caixa preta que eram as finanças do Bahia. Isso é realmente um ponto positivo e que deve ser “copiado” por todas as gestões que venham após essa, porque isso é básico. Os erros da gestão são principalmente no futebol e na falta de um planejamento estratégico claro, construtivo e bem debatido para além de sua gestão. Falta a diretoria atual um pouco mais de diálogo, a formação de um clube menos personalista, falta pensar o Bahia para além do mandato, em comum acordo com conselheiros, sócios e torcida, e, para isso é necessário plano de médio e longo prazo, bem debatido e acordado para que ele se mantenha firme, útil e adequado para além dessa gestão. Isso ainda não existe e lamentamos. Em relação ao futebol os erros são evidentes! A torcida sabe, os sócios sabem, os conselheiros sabem, a imprensa sabe, e a própria diretoria também sabe, mas essa finge não saber. O Bahia ao longo desses 03 (três) anos gastou bastante, e muito mal, no departamento de futebol. Teve resultados pífios considerando o orçamento que tinha a disposição. Esse fracasso fica ainda mais evidente quando lembramos do slogan da gestão “A Vez do Futebol”. Não foi por falta de trabalho ou vontade de acertar. Temos a certeza que Marcelo e Pedro fizeram o possível para ter sucesso também em campo, mas após algumas decisões equivocadas e 03 (três) anos de gestão está evidente que não foi a vez do futebol.
7 – E sobre os atuais grupos de oposição, como os avaliam? Da mesma forma, por favor, se possível, cite um aspecto positivo e um negativo dos grupos que atualmente fazem oposição aos gestores.
RESP: O ponto positivo da oposição reside no simples fato de ser oposição, de existir, de estar ali sempre querendo que as coisas aconteçam de forma melhor as quais estão acontecendo. Precisamos lembrar que há alguns anos praticamente não tínhamos oposição e isso foi extremamente nefasto para a história desse clube. A oposição é contraponto, é fiscalização constante, é busca por melhora, é o desconforto necessário para que a “situação” não se acomode, a oposição é o maior presente da democracia e merece sempre ser valorizada, jamais hostilizada como infelizmente nos acostumamos a ver ao longo desses últimos anos. O ponto negativo da oposição é, sem sombra de dúvidas, a sua fragmentação e dificuldade de diálogo entre si. A falta de diálogo e congregação de diretrizes fez a oposição muito mais frágil do que deveria ser nesses 04 (quatro) anos de democracia. Isso há de mudar, entretanto, com o tempo e o amadurecimento.
8 – Qual o posicionamento do seu grupo sobre o voto à distância?
RESP: A Nova Ordem Tricolor é favorável à aplicação do voto a distancia, desde que o mesmo esteja devidamente regulamentado. O regulamento já tem texto pronto e encontra-se em fase final de discussão e aprovação pelo Conselho Deliberativo. A questão do voto a distância foi uma demanda do sócio do Bahia, que votou em Assembleia Geral pela sua aprovação quase unanimemente. Uma vez regulamentado e dentro dos padrões de segurança e certificação exigidos, entendemos que o voto a distancia deve ser imediatamente aplicável. É necessário, entretanto, consulta a Diretoria Executiva para que ela planeje, inclusive financeiramente, a aplicação deste para o mais breve quanto possível após aprovada a regulamentação.
Foto: Arquivo Pessoal