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Vágner Benazzi, treinador do Vitória

Vágner Benazzi, treinador do Vitória

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Entrevista concedida aos repórteres Thiego Souza e Yuri Barreto, do Galáticos Online e Bocão News


Ele começou a carreira como jogador e na sua carreira entre 1972 e 1987, atuou como lateral direito em equipes como Portuguesa, Palmeiras e Juventude. Em 1989, Vágner Benazzi iniciou o trabalho de técnico de futebol.

Hoje, com 57 anos, o treinador, que nasceu em Osasco (SP), acumula passagens marcantes em clubes como Ponte Preta, Fortaleza, Náutico, Paysandu, Vila Nova, Avaí, Bahia, Portuguesa, Gama e Figueirense. À frente do tricolor, foram 13 partidas disputadas com oito vitórias conquistadas, três empates e apenas duas derrotas, somando 69% de aproveitamento.

 
Porém, o que lhe credenciou como um técnico de sucesso no Brasil foram os 12 acessos de divisões, seja em campeonatos estaduais ou nacionais. No comando do Gama (1998), Figueirense (2001) e Portuguesa (2007), o paulista alcançou a classificação para a tão sonhada Série A do Brasileirão. E foi com essa missão que Benazzi chegou ao Vitória há uma semana: levar o rubro-negro de volta à elite do futebol brasileiro.
 
Para conhecer um pouco mais e saber os detalhes da sua carreira, o Bocão News e o Galáticos Online estiveram no Barradão para um bate-papo com o técnico do Leão. O resultado dessa entrevista você confere abaixo.

 

 
Qual motivo te levou a aceitar o convite para treinar o Vitória?
 
O Vitória é um time grande, de expressão. Quando se fala em Vitória, você já pensa em um clube bom, que cumpre com suas obrigações e isso é o grande segredo hoje em dia. Então você nunca fica não mão. É um time com uma estrutura muito boa, que revela jogadores e eu estou muito feliz em ter esperado um pouquinho mais para trabalhar. Vou dar o meu melhor aqui.
 
O Vitória hoje tem um dos melhores elencos da Série B, mas não tem o melhor conjunto. O que fazer para unir as duas características?
 
Todo dia dentro de campo, trabalhando, conhecendo o companheiro. É preciso ter uma equipe definida, que não se mude muito, e jogadores que aguardam suas oportunidades no banco de reservas também definidos.

Temos um plantel muito forte, o que precisamos é mudar o ritmo da orquestra, que está muito lenta. É ter vontade e determinação para disputar uma Série B, que além de ter futebol, tem que saber segurar uma partida para conseguir resultados.
 
Quando você chegou, existiam boatos de um possível racha e de alguns jogadores insatisfeitos no elenco. Que tipo de conversa você teve com eles para resolver esse problema?
 
Quando cheguei, deixei bem claro para os jogadores que se erguerem a mão, não ficarem satisfeitos e não respeitarem essa camisa, não jogará comigo. Quando eles fazem contrato, não tem lá escrito que vieram para ser titulares. Eu digo sempre para eles, se estão chateados, vão lá e fazem dois, três gols, comemorar com o torcedor e traz ele para perto.
 
O elenco que você tem nas mãos hoje ainda precisa de reforços?
 
Se a diretoria não exagerar, acho que é certo dar uma mudada. Que venham jogadores para assumir a titularidade e não para brigar por posição. É em cima disso que a gente espera quando se faz uma contratação, é assumir a camisa e ser reconhecido pelo torcedor.

E o que será preciso fazer para conseguir o acesso tão sonhado pela  torcida rubro-negra?

Primeiramente, quando jogar dentro de casa, é ter personalidade. Unir o torcedor, não parar para respirar. Se perder a bola, sai atrás, não deixa o adversário jogar. Não pode ter medo, tem que jogar na frente. Já fora de casa, tem que ter muita garra, muita determinação, fazer muita falta, estudar o adversário e saber quem são os jogadores que decidem jogos.
 
Sobre a sua carreira, você ficou conhecido por conquistar diversos acessos de divisões com times considerados pequenos. Qual a fórmula para esse sucesso?
 
A maioria dos treinadores, geralmente, se encosta em um treinador famoso e se torna também um treinador. Eu procurei buscar lá no fundo, na terceira divisão do estado de São Paulo, a experiência para um dia trabalhar nos dez grandes clubes do Brasil, que têm grandes torcidas e eu consegui chegar. Um deles é o Vitória, foi o Bahia, Portuguesa e outros.

Eu fui criado nas dificuldades e tinha minha maneira de trabalhar. Sempre busquei jogadores que não serviam para Palmeiras, Corinthians, mas servia para um time do interior. Isso que fiz e dificilmente perdia um campeonato de acesso lá em São Paulo. Assim consegui chegar no Campeonato Brasileiro e conquistar o acesso para a Série A três vezes, com Figueirense, Gama e Portuguesa.
 
Dos seus 12 acessos, seja em competições nacionais ou estaduais, qual foi o mais marcante?
 
Uma das mais gostosas foi quando eu era treinador da Parmalat, lá em Jundiaí, e consegui o acesso em São Paulo com o Eti Jundiaí (Paulista). Naquela época a Parmalat assumiu o Palmeiras, que tinha o Felipão como treinador.

Na sequência, fui para o Gama, peguei uma equipe que o presidente me passou a missão de salvar do rebaixamento. Não só salvei como subimos para a Série A, campeões, e em cima do Bahia, que tinha um time maravilhoso.
 
E falando do Bahia, qual o clima que você encontrou quando assumiu o clube no Baianão 2011?
 
Não gosto muito de falar do Bahia, mas o clima não estava muito bom. Era um ambiente meio que desconfiado das condições de cada um no clube. Eu coloquei para eles que se eles estavam vestindo a camisa do Bahia é por que tinham condições para isso.

Tinha gente que queria estar no lugar deles e não estava. Eles acreditaram na nossa postura e os resultados foram conseguidos com o esforço e união dos jogadores. E eu não tinha muitas oportunidades lá. O que me socorreu foram as categorias de base e inclusive alguns deles estão juntos na equipe de profissionais.
 
Treinador vive de resultados e esse não foi o seu problema no Bahia, já que deixou o clube com 69% de aproveitamento. Ficou alguma mágoa por conta disso?
 
Não tive problema nenhum e não guardo mágoas. Os amigos que vieram do Rio contratados pelo Bahia, o pessoal daqui, que trabalha no clube, todos me deram apoio. Eu tinha três preparadores físicos para trabalhar e todo mundo se dava bem. E olha que ninguém queria trabalhar no Bahia pela situação que a equipe se encontrava naquele momento. Isso foram palavras do presidente para mim. Então, se não fui reconhecido pelo Bahia, fui pelo Vitória.
 
Voltando ao Vitória, qual a mensagem que você deixa para aquele torcedor que está preocupado, mas quer ver o time subir para a Série A ainda neste ano?
 
Se tiver que vaiar, deixa para o final. Apoiem durante os jogos, pois tenho certeza que eles (jogadores), vão lutar muito dentro de campo. Vamos torcer e rezar para que a gente consiga grandes resultados. Temos que encaixar a equipe e vamos encaixar.

*Fotos: Gilberto Júnior / Bocão News

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